Essencial para o reforço e sustentação de concretos; assentamento e pavimentação de vias, rodovias, ferrovias, túneis e barragens; e edificação de empreendimentos comerciais e habitacionais, a brita, ou pedra britada, é um importante mineral, que vem se mostrando há vários anos como um dos materiais de maior presença e relevância na área da construção civil.
A brita é gerada a partir da fragmentação de diversos tipos de rochas, como o calcário, gnaisse, granito e basalto.
Primeiramente, são extraídos grandes blocos de maciços rochosos por meio do uso de explosivos e máquinas perfuradoras.
Para que adquira as suas proporções características, a matéria-prima é triturada, ou “britada”, e, por fim, passa por um processo chamado de peneiramento.
Segundo o superintendente do Grupo MBL, Jerri Alves, antes de chegar no ambiente de obras, a brita passa por uma minuciosa etapa de qualificação industrial.
“Neste momento é possível distinguir cada tipo do material. Essa diferenciação se pousa em um conjunto de regras intitulado NBR 7211. Criado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este documento categoriza as variações de grãos de brita de acordo com as suas resistências mecânicas, distribuições granulométricas, e a quantidade de pó”, explica.
Entre os principais modelos do produto, estão o pó de brita, as britas 0, 1, 2, 3, 4 e 5, o rachão e a bica corrida.
“Mais maleável e adaptável, o pó de brita geralmente é empregado em calçadas e usinas de asfalto, e ainda na produção de concretos com um maior refino, argamassa para pisos e pré-moldados. Por ter pequenas dimensões, a brita 0 pode ser utilizada na confecção de tubos, jateamento em túneis, blocos de concreto intertravado, vigas e vigotas, lajes pré-moldadas, e acabamentos em geral”, aponta.
A brita 1, o tipo mais utilizado em concretos, possui no máximo 19 mm, e é aplicada na construção de lajes, colunas e vigas.
“Já a brita 2 é uma boa opção para a elaboração de concretos que demandam maior resistência, estruturação de pisos espessos e fundações. A brita 3 é uma ótima alternativa para lastros ferroviários, aterros e drenos. Com grãos bem maiores, as britas 4 e 5 podem ser encontradas em lastros de ferrovias, sumidouros, fossas sépticas, gabiões, concretos ciclópicos, e reforços de subleito para pistas com tráfego denso”, observa.
Sem a classificação da ABNT, o rachão consiste em uma pedra bruta que resulta do primeiro processo de britagem nas pedreiras.
“Este tipo de brita normalmente é usado na criação de calçamentos e concretos ciclópicos. Por fim, lembro que ainda temos a bica corrida. Tendo origem na etapa inicial de fabricação da brita convencional, ela também não é classificada pela ABNT. Utilizada na regularização de áreas, esse tipo de brita pode integrar bases e sub-bases de pavimentos e aterros”, comenta.
Alves explica que um dos maiores benefícios do uso da brita é que o seu desperdício é quase inexistente, já que todos os seus tipos e modelos são empregados como agregados ou de forma independente em estruturações de obras, sempre de maneira integral.
“Atualmente, não é possível encontrar sobras e resíduos não utilizáveis, que sejam resultantes do processo de britagem, pois todo o material produzido possui um uso específico, do pó até os fragmentos de proporções maiores”, conclui.
*Fonte: Revista Grandes Construções